“O ex-chanceler uruguaio Juan Carlos Blanco, que foi ministro durante parte da ditadura militar do país (1973-1985), foi condenado ontem a 20 anos de prisão pelo desaparecimento e a morte da professora Elena Quinteros, em 1976, segundo fontes judiciais. A professora e militante desapareceu em 28 de junho de 1976 após ter sido detida por forças de segurança no jardim da Embaixada da Venezuela em Montevidéu, onde visava pedir asilo. Por isso, o caso resultou na ruptura das relações diplomáticas entre Venezuela e Uruguai, que só reataram em 1985, com a volta da democracia ao país e a posse do presidente Julio María Sanguinetti. O ex-ministro de Relações Exteriores foi condenado ontem pelo juiz Juan Carlos Fernández Lecchini por coautoria de "homicídio especialmente agravado" e não por "desaparecimento forçado", pedido inicial da promotora Mirtha Guianze em 2008.”
Agora leia este texto, também a Folha (17/04/10):
“O caos aéreo lotou as estações de trem e fez disparar os preços do aluguel de carros e das corridas de táxi, alternativa para o trânsito entre capitais. O fechamento dos aeroportos obrigou o avião da chanceler alemã, Angela Merkel, que voltava dos EUA, a descer em Lisboa.”
Notaram alguma diferença? Se não, releia ambos os textos com mais cuidado.
No primeiro texto o termo chanceler é utilizado para se referir ao ministro das relações exteriors. Já no segundo texto, a mesma palavra é utilizada para se referir à primeira ministra alemã.
A palavra chanceler tem usos diferentes em países diferentes.
Nos países sulamericanos, ela é usada para se referir aos ministros das relações exteriors. Na Alemanha, como vimos, o termo se refere ao cargo de primeiro ministro, também conhecido como premier em outros países.
Já no Reino Unido (Inglaterra, Wales, Escócia e Irlanda do Norte), ela se refere ao ministro da fazenda (Chancellor of the Exchequer). Mas existe um outro cargo chamado lorde chanceler (Lord Chancellor) no Reino Unido que se refere ao membro do gabinete do governo responsável pelo funcionamento das cortes.
Na Finlandia e na Suécia o termo chanceler (Oikeuskanslerie Justitiekanslern, respectivamente) é usado para se referir ao cargo que se exerce as funções que no Brasil são exercidas pelo procurador-geral da República portanto a melhor tradução seria ‘procurador-geral’.